Nestes tempos de crise, em que o crédito é escasso, a Ministra das Classes Médias, Sabine Laruelle, e Koen Geens, o Ministro das Finanças, defendem as PME. Eles colocaram a fasquia muito alta com uma nova lei que obriga os bancos a fazerem um esforço real para facilitar o acesso ao crédito por parte das PME.
Já aprovado pelo governo, este lote de propostas deverá entrar em vigor a partir do próximo outono, sem efeito retroativo sobre os contratos de crédito já em curso.
Quais são as novas medidas?
Num contexto em que mais de metade das PME já desistiram face à relutância dos bancos em serem mais brandos na concessão de financiamento, a situação parece estar a mudar.
Os bancos serão, de facto, em breve obrigados a explicar melhor as razões das recusas. Terão também de utilizar todos os meios possíveis para encontrar uma solução para cada pedido de crédito antes de fecharem as portas.
Segundo o chefe do Governo, estas medidas fazem todo o sentido, uma vez que as PME constituem um verdadeiro pólo económico e um sector promissor em termos de emprego. Mais do que verdadeiros constrangimentos, estas medidas visam convidar os bancos a tornarem mais transparente a informação prestada aos seus clientes e a estarem mais atentos a cada pedido que lhes é apresentado antes de decidirem. Caso a concessão de crédito seja recusada, a instituição financeira terá de justificar as suas razões através de uma declaração clara e compreensível.
Graças a um estudo mais aprofundado da análise de risco, as PME e os trabalhadores independentes poderão preparar melhor o seu processo antes de processar um pedido de crédito. Em caso de insucesso, terão a oportunidade de compreender melhor a origem do problema e tentar melhorar o seu perfil antes de voltarem a submeter um pedido de crédito.
A opinião da UCM
A União das Classes Médias (UCM) não esconde o seu entusiasmo com o desenvolvimento desta situação que irá, sem dúvida, esclarecer gradualmente a escuridão económica latente que já se instalou no sector do crédito às PME. A UCM especifica ainda que as reivindicações das empresas e dos trabalhadores independentes não são exageradas, uma vez que o montante emprestado é geralmente inferior a 100 mil euros para os trabalhadores independentes e cerca de 200 mil euros para as PME.
Outro ponto importante
A compensação por reemprego terá de ser estimada de forma a eliminar qualquer zona cinzenta. Para um empréstimo inferior a 1 milhão de euros, estas compensações relativas ao reembolso antecipado estarão limitadas a um máximo de 6 meses de juros. Para além deste montante, os bancos e as PME terão de trabalhar em conjunto para propor um método de cálculo racional no prazo de três meses, caso contrário o governo assumirá as suas responsabilidades.
Este projecto de lei promete dar novo fôlego à concessão de crédito às PME, mas não devemos perder de vista que os bancos não mudarão fundamentalmente a sua política prudencial e que um dossiê bem construído será sempre a melhor garantia de aceitação