Desde a crise dos subprimes de 2008 e a retumbante falência do banco de investimentos americano Lehman Brothers, que deixou uma marca indelével, o mundo bancário vem atravessando uma crise severa. Esta desconfiança não se instalou apenas nas relações entre clientes de varejo e bancos, mas também entre instituições bancárias e suas próprias autoridades reguladoras.
Assim, enquanto os legisladores europeus acharam prudente aumentar os limites de proteção de depósitos de poupança de 20.000 para 100.000 € para tranquilizar os poupadores, as autoridades reguladoras continuam incentivando os bancos a fortalecer seus capitais próprios e a passar nos testes de estresse.
Além disso, a Europa está tentando estabelecer uma união bancária mais ampla que aumentaria a solidariedade entre as instituições bancárias em tempos de dificuldade.
Os resultados da pesquisa
Um estudo realizado entre julho e outubro de 2013 pela Ernst & Young mostra que mais de um em cada dois clientes não tem total confiança em seu banco principal, uma tendência mais pronunciada na Europa do que no resto do mundo.
De acordo com este estudo realizado em 43 países, 44% dos clientes afirmam ter “total confiança” em seu banco principal, uma proporção que cai para 32% entre os clientes europeus.
Na França, 9% dos entrevistados afirmam ter uma confiança muito limitada em seu banco, uma proporção que afeta 33% dos clientes irlandeses e 17% dos clientes espanhóis.
Assim, enquanto 40% dos clientes em todo o mundo recomendariam seu banco principal, esse número cai para 29% na Europa.
Por que tanta insatisfação?
Numerosos casos e escândalos recentes mancharam a confiança do público nos bancos.
Estamos, é claro, pensando no caso J. Kerviel, que custou ao Société Générale cerca de 5 bilhões de euros após posições duvidosas; no caso B. Madoff, condenado a 150 anos de prisão por um golpe envolvendo cerca de 65 bilhões de dólares; nas recentes manipulações do LIBOR realizadas por grandes instituições bancárias tanto na City quanto em Wall Street. Basta olhar o último filme de M. Scorsese, “O Lobo de Wall Street” com Leonardo DiCaprio, para perceber como é catastrófica a imagem que o público tem do mundo bancário. No filme, o espectador descobre corretores que realmente não têm conhecimento (nem escrúpulos) sobre os produtos financeiros que oferecem aos seus clientes.
Sem entrar nesses casos “extraordinários”, a pesquisa revela que quase um terço dos clientes relataram um problema com seu banco nos últimos 12 meses, e entre eles, 33% ficaram insatisfeitos com a resolução. Um terço dos clientes muito insatisfeitos com a resolução declararam querer fechar todas ou parte de suas contas.
Queixas específicas em private banking
Não é segredo que os private bankers, ou seja, os banqueiros responsáveis pela gestão discricionária de carteiras de títulos, recebem instruções específicas de seus empregadores para vender produtos financeiros desenvolvidos por seus bancos. Eles até recebem comissões específicas (bônus) se conseguirem vender esses produtos aos seus clientes.
É necessário especificar se esses produtos são bons ou ruins (por exemplo, um banco oferecendo a você um seguro de vida desenvolvido internamente)? Não é preciso dizer que há uma forte pressão sobre o pequeno cliente para comprar produtos, desde que também assine alguns produtos “internos”. O banqueiro dirá que esses são excelentes produtos e que o custo de gestão é reduzido a zero porque são produtos “internos”.
Temos apenas um conselho para você: resista e compare! Compre apenas os produtos financeiros que você está intimamente convencido de que correspondem aos seus desejos e ao seu perfil de investidor. Siga suas ideias até o fim. Compare também com produtos de outros bancos.
Seu banqueiro não quer seguir seus desejos? Mude de banco. Você verá que, de repente, ele verá as coisas de uma forma diferente.
Como escolher bem seu banco?
Nosso site está repleto de conselhos inteligentes para apoiar todos os seus projetos de vida, e escolher um banqueiro de confiança certamente faz parte disso. Então, reserve um tempo para ler nosso artigo de conselho dedicado à boa escolha de um banco.
CPE não é um banco, mas um intermediário de crédito
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Por que não se dirigir diretamente ao banco?
Existem várias razões para isso:
- Os bancos delegam sua atividade de varejo a intermediários de crédito como a CPE;
- Os bancos gerenciam apenas pedidos de crédito profissional ou muito grandes;
- Um intermediário de crédito garante a diversidade e a concorrência que um banco não pode oferecer;
- Um intermediário de crédito pode obter uma decisão em 48 horas, o que nunca acontecerá com seu banqueiro.